A neuromodulação compõe um conjunto de estratégias inovadoras com a intenção de possibilitar ao profissional de saúde que a utiliza, interferir diretamente em algum mecanismo que gera a dor, seja de forma química, elétrica ou magnética. Em geral, é direcionada aos casos crônicos em que houve falha de medidas medicamentosas e de reabilitação, algo comum nos casos crônicos de dor, muitas vezes potencialmente mais baratos no longo prazo que os tratamentos convencionais por serem mais direcionados e efetivos. Dentre os métodos com alguma intervenção direto no paciente, a modulação se destaca por ser algo reversível, com possibilidade de testes prévios, menor quantidade de efeitos colaterais e em evolução constante.
Didaticamente, existem métodos de neuromodulação não-invasiva, sem o uso de cirurgias para implante de sistemas, mas que seguem princípios semelhantes. Segundo consenso atual (2019) os métodos mais estudados deste grupo são a estimulação direta por corrente transcraniana (tDCS, siga em inglês) e a estimulação magnética transcraniana (TMS, em inglês) ambas gerando ativação das células do cérebro que mandam informações para alterar a interpretação da dor, com efeitos melhor demonstrados em doenças como fibromialgia, dor neuropática, cefaléias, dentre outros.
Por outro lado, os métodos invasivos, utilizam equipamentos avançados de alta tecnologia, focados em estimular ou suprimir áreas específicas de atividade no sistema nervoso, em geral nos focos iniciais de dor. Dentre elas, podemos citar a estimulação medular (SCS, em inglês) e a estimulação cerebral superficial e profunda. A estimulação medular é o método mais consagrado dentre todos os tratamentos neuromodulatórios, com alto nível de evidência e com investimento constante em aprimoramento, proporcionando equipamentos mais adaptados ao corpo humano, flexíveis e eficientes em cumprir o seu propósito.
As pesquisas nesta área crescem em volume exponencial, sendo um dos setores com maiores investimentos para dispositivos em saúde. Quanto maior o entendimento do funcionamento elétrico e químico do sistema nervoso, aumentam as chances de alcançarmos um tratamento ideal que, junto com toda a equipe de profissionais envolvidos, visa o melhor para o paciente.
Dr. Antonio Jorge Barbosa de Oliveira
CRM: 202.280 / RQE: 79.474